O Decreto nº 12.686, de 2025, publicado pelo Governo Federal, acendeu um alerta em todo o Brasil. A norma cria a nova Política Nacional de Educação Especial Inclusiva e determina que todos os alunos com deficiência sejam matriculados em escolas regulares, deixando para as instituições especializadas — como as APAEs e Pestalozzis — apenas um papel complementar.
Em Palotina, o tema mobilizou famílias, educadores e lideranças políticas. Em entrevista à Clube FM, a vereadora Márcia Berno e a professora Ieda Locatelli, diretora da Escola Rouxinol (ligada à APAE), fizeram um apelo à população para abraçar a causa e apoiar a continuidade das escolas especiais.
“Estão querendo apagar 50 anos de história”
A vereadora Márcia Berno, mãe de uma aluna atendida pela APAE, disse ter recebido a notícia com tristeza.
“Esse decreto simplesmente ignora anos de trabalho e dedicação das nossas escolas especiais. A Escola Rouxinol tem 50 anos de funcionamento, com professores especializados e estrutura adaptada. No ensino comum, não há condições de atender essas necessidades específicas”, afirmou.
Ela reforçou que o texto do decreto retira o direito das famílias de escolher onde seus filhos vão estudar.
“Não somos contra a inclusão, mas o atendimento especializado precisa continuar existindo. Cada aluno tem necessidades únicas. Forçar todos para o ensino comum é desrespeitoso e injusto”, completou.
Famílias e profissionais estão apreensivos
A diretora Ieda Locatelli explicou que o decreto foi recebido com surpresa e preocupação.
“Ninguém esperava por isso. As famílias estão assustadas e nos perguntam o que vai acontecer. Hoje, atendemos 147 alunos, e não existe estrutura no município para absorver essa demanda de uma hora para outra”, relatou.
Segundo ela, o Paraná é referência em educação especial, com forte apoio do Governo do Estado.
“Temos uma rede sólida, com profissionais capacitados e acompanhamento individual. Seria um retrocesso acabar com tudo isso agora”, destacou.
Petição nacional já reúne mais de 150 mil assinaturas
A vereadora Márcia informou que a Câmara de Palotina está preparando um documento oficial em apoio às APAEs e que a mobilização cresce em todo o estado.
“A petição nacional já tem mais de 150 mil assinaturas, mas queremos chegar a 1 milhão. Essa é uma causa que precisa unir todos os brasileiros, independentemente de partido ou religião. É sobre respeito, amor e inclusão de verdade”, afirmou.
Senador Flávio Arns tenta sustar o decreto
No Senado, o paranaense Flávio Arns (PSB) apresentou o Projeto de Decreto Legislativo nº 845/2025, que busca suspender os efeitos da nova política.
“O senador sempre esteve ao lado das APAEs e conhece de perto essa realidade. Temos esperança de que o Congresso reverta essa medida”, disse Márcia.
Enquanto o projeto tramita, a orientação é manter a mobilização ativa.
“Não podemos deixar que fechem as escolas especializadas. Foram décadas de conquistas e dedicação. Precisamos da ajuda de toda a sociedade”, concluiu a professora Ieda.
Como apoiar a causa
As lideranças da APAE de Palotina pedem que a população assine e compartilhe a petição pública que busca garantir o futuro das escolas especiais.
“Cada assinatura faz diferença. É o futuro dos nossos alunos que está em jogo”, reforçou a vereadora Márcia Berno.
💙 Apoie as escolas especiais
As APAEs de todo o Brasil precisam do seu apoio. Assine a petição pública que busca garantir o futuro da educação especial e o direito de escolha das famílias.
Redação Palotina 24 Horas
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“Esse decreto simplesmente ignora anos de trabalho e dedicação das nossas escolas especiais. A Escola Rouxinol tem 50 anos de funcionamento, com professores especializados e estrutura adaptada. No ensino comum, não há condições de atender essas necessidades específicas”, afirmou.
“Ninguém esperava por isso. As famílias estão assustadas e nos perguntam o que vai acontecer. Hoje, atendemos 147 alunos, e não existe estrutura no município para absorver essa demanda de uma hora para outra”, relatou.