Presidente do Sindicato Rural alerta para controle da cigarrinha-do-milho e destaca importância da união no campo
Edmilson Zabott reforça que o momento é decisivo para eliminar plantas guaxas e evitar prejuízos na próxima safra; ele também apresentou os novos cursos do Senar e falou sobre a atuação do sindicato na defesa dos produtores.
A HORA DO CAFÉ – O presidente do Sindicato Rural de Palotina e do Conselho de Sanidade Agropecuária, Edmilson Zabott, participou na manhã desta quarta-feira (8) do A Hora do Café, na Clube FM, e fez um alerta aos produtores sobre a importância do manejo no período entre safras para conter a cigarrinha-do-milho — praga que tem causado grandes prejuízos em lavouras de todo o estado.
Segundo Zabott, este é o momento ideal para eliminar as chamadas plantas guaxas ou tigueras, que servem de abrigo para o inseto até o próximo plantio.
Foto: — Maria Heloísa/Palotina 24 Horas
A hora é agora de fazer o controle da cigarrinha. É preciso eliminar o milho que germinou após a colheita, inclusive nas beiras de estrada. Assim, a gente reduz os hospedeiros e evita que a praga volte com força na próxima safra”, destacou em conversa com o radialista Robson Muniz.
O dirigente lembra que o controle deve ser feito tanto nas lavouras quanto em áreas de silagem, onde o milho também serve de hospedagem. Ele reforçou que o monitoramento deve ser constante e que o produtor precisa redobrar a atenção.
“A cigarrinha é de difícil visualização e, muitas vezes, o produtor acredita que o produto aplicado fez efeito, mas o problema persiste. É preciso acompanhar diariamente a lavoura”, alertou.
Responsabilidade compartilhada
Zabott também pediu o engajamento da comunidade urbana, lembrando que o controle da cigarrinha começa pela limpeza dos espaços públicos.
“Tem milho nas calçadas, nos canteiros e nas beiras de rua. É responsabilidade de todos eliminar essas plantas. O dinheiro que economizarmos no controle de pragas no campo vai circular no comércio da cidade”, afirmou.
O presidente aproveitou para agradecer o apoio do prefeito Rodrigo Ribeiro, da ADAPAR e demais órgãos envolvidos na campanha.
De acordo com Zabott, o produtor rural de Palotina tem se mostrado cada vez mais consciente sobre o manejo e o uso racional de agroquímicos.
“Hoje ninguém quer aplicar produto à toa. Além do custo alto, há uma preocupação real com a saúde e com o meio ambiente. O produtor quer entregar um alimento seguro e com o mínimo de produtos químicos possível”, explicou.
Ele destacou o trabalho do SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) em parceria com o sindicato, que oferece cursos de Monitoramento Integrado de Pragas (MIP) para ajudar o produtor a aplicar o controle somente quando necessário.
Novos cursos e qualificação profissional
Durante a entrevista, Zabott também apresentou a programação de cursos do Senar para 2026, que será ampliada e diversificada. Entre as novidades, estão formações voltadas para operação de máquinas agrícolas, manejo de suínos e aves, jardinagem, e até um curso de “Assador de Churrasco”.
“Os cursos são gratuitos e atendem desde o produtor até quem quer se preparar para trabalhar no campo. É uma oportunidade real de qualificação e geração de renda”, afirmou.
Zabott lembrou que a iniciativa é aberta também a moradores da cidade que desejam ingressar no agronegócio.
“Temos uma parceria com a C.Vale e o Senar para formação de mão de obra em avicultura e piscicultura, com hospedagem e alimentação custeadas. Basta ter vontade de aprender”, explicou.
Defesa do produtor e novos projetos
Reeleito para mais um mandato de três anos, Zabott destacou o papel do Sindicato Rural de Palotina na defesa da classe produtora e na busca por políticas públicas que beneficiem o agronegócio local.
Foto: — Maria Heloísa/Palotina 24 Horas
O sindicato não é um cargo remunerado. É um trabalho voluntário e de muita responsabilidade. Estamos aqui para representar os produtores e lutar por soluções, como fizemos em momentos de crise climática e renegociação de dívidas”, lembrou.
Ele também ressaltou a parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), campus Palotina, que desenvolve pesquisas e novas tecnologias voltadas ao controle de pragas e à sustentabilidade.
“Temos grandes pesquisadores aqui, reconhecidos no Brasil e no mundo. Palotina será uma das primeiras a receber novas técnicas e híbridos resistentes à cigarrinha”, disse.
Segurança e valorização do campo
Encerrando a entrevista, Zabott fez questão de agradecer à Polícia Militar e à Patrulha Rural pelo apoio aos produtores e pela atuação nas comunidades do interior.
“A segurança rural é essencial. Temos recebido um suporte exemplar da Polícia Militar, e isso dá tranquilidade às famílias que vivem e trabalham no campo”, destacou.
Por fim, o presidente reforçou o convite a quem busca uma nova oportunidade de trabalho:
“O setor rural precisa de mão de obra. Quem quiser aprender e crescer, o caminho está aberto. O sindicato está de portas abertas para ajudar”, concluiu.
Redação Palotina 24 Horas
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