Palotina registra alto índice de infestação da dengue; Santa Terezinha tem 12,7% e acende alerta
Levantamento de outubro apontou taxa de 3,10% no município, acima do 1% recomendado pelo Ministério da Saúde. População é orientada a reforçar cuidados no quintal.
A Vigilância em Saúde de Palotina fez um alerta após o último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), realizado entre 28 e 31 de outubro, apontar 3,10% de infestação do mosquito transmissor da dengue no município. O número é três vezes maior do que o recomendado pelo Ministério da Saúde, que é de até 1%.
O bairro Santa Terezinha apresentou o cenário mais crítico, com 12,76% de infestação. Durante as inspeções, a equipe encontrou 76 focos com larvas, em recipientes como latas, baldes, brinquedos, tambores e lonas.
Foto: Maria Heloísa/Palotina 24 Horas
“ Infelizmente, o descuido é o que mais temos encontrado. São materiais que podem ser removidos com facilidade. O serviço público faz sua parte, mas depende muito da colaboração da população”, afirmou o coordenador de Endemias, Júnior Matos.
Atualmente, Palotina registra 50 casos confirmados de dengue, sendo 48 autóctones (contraídos no município) e 2 importados. A cidade também contabiliza seis casos de chikungunya, todos importados.
Como o sistema de vigilância funciona
A coordenadora de Vigilância em Saúde, Laura Bittencourt, explicou que a vigilância é integrada e envolve as áreas sanitária, ambiental, epidemiológica e saúde do trabalhador.
Quando surge um caso suspeito de dengue:
A vigilância epidemiológica é notificada;
O exame é feito pelo município e confirmado pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), quando necessário;
A vigilância ambiental e a equipe de endemias realizam vistoria no endereço do paciente para detectar focos.
“Nosso objetivo é reduzir riscos à saúde da população. Mas isso só é possível quando serviço público e comunidade atuam juntos”, disse Laura.
Ovitrampas mostram redução, mas clima favorece mosquito
Além do LIRA, o município monitora o mosquito por meio de ovitrampas, espécies de armadilhas que medem a presença de ovos.
Na análise mais recente, da 42ª semana epidemiológica, foram registradas 690 larvas, contra mais de 5 mil em levantamento anterior. A queda é significativa, mas o período de chuva e calor favorece a proliferação.
“Em sete dias o mosquito se desenvolve nessa condição climática. A larva sobrevive até 58 dias. Se o morador não cuida, o número volta a subir rápido”, alertou Júnior.
Sintomas da dengue e quando procurar atendimento
Fique atento aos sinais principais:
Febre alta
Dor atrás dos olhos
Dor no corpo e nas articulações
Dor de cabeça intensa
Manchas vermelhas na pele
Náuseas e vômitos
Procure atendimento imediatamente se houver:
Dor abdominal intensa ou contínua
Sangramentos (nariz, gengivas, urina ou fezes)
Tontura ou desmaio
Vômitos persistentes
Queda de pressão ou sensação de fraqueza extrema
Dia D: crianças serão multiplicadoras
Nesta sexta-feira (7), a Secretaria de Saúde realiza o Dia D de Mobilização Contra a Dengue, com distribuição de cartilhas educativas para alunos do 1º ao 5º ano da rede municipal.
O objetivo é transformar as crianças em agentes de conscientização dentro das residências.
Foto: Maria Heloísa/Palotina 24 Horas
“A educação é a base da transformação. Elas aprendem e levam para casa. Isso faz diferença”, ressaltou Laura.
Orientações à população
A Secretaria reforça que ações simples ajudam a interromper o ciclo do mosquito:
Reservar 10 minutos por semana para vistoriar o quintal
Manter caixas d’água tampadas
Evitar acúmulo de materiais e entulhos
Esvaziar recipientes que possam acumular água
Limpar calhas e ralos
“A dengue não é um problema só do serviço público. É um compromisso coletivo”, reforçou Júnior.
Redação Palotina 24 Horas
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