ENTREVISTA – O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) esteve em Palotina nesta segunda-feira (21) como parte de uma caravana por mais de 30 cidades do Paraná. Em entrevista à Rádio T, Moro criticou decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu uma reforma do Judiciário e afirmou que não descarta disputar o governo do Estado em 2026.
Críticas ao STF e defesa de reforma
Durante a conversa com o radialista Robson Muniz, Moro apontou um “desequilíbrio entre os poderes” e citou casos em que, segundo ele, o STF teria interferido no Legislativo, como a liminar que restaurou o aumento do IOF após o Congresso derrubar a medida. Para o senador, há necessidade de uma ampla reforma do Judiciário.
O Senado tem reagido, mas ainda somos minoria”, disse.
Ele também demonstrou indignação com a anulação dos processos da Lava Jato contra o doleiro Alberto Youssef, decidida pelo ministro Dias Toffoli. Segundo Moro, o episódio representa uma “inversão de valores morais”.
O senador criticou ainda a proporcionalidade das penas aplicadas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, comparando casos de condenações severas com a situação de figuras como Sérgio Cabral.
Corrupção no INSS e crise internacional
Sobre o escândalo de corrupção no INSS, Moro afirmou que houve falta de reação das autoridades após as denúncias.
Roubaram os idosos, órfãos e viúvas. Há 90 dias do escândalo, ninguém foi preso”, comentou, responsabilizando o fim da Lava Jato pelo enfraquecimento do combate à corrupção.
Na área econômica, criticou o governo Lula pela crise nas relações com os Estados Unidos. Segundo ele, o “antiamericanismo infantil” da atual gestão prejudica setores importantes da economia paranaense, como o madeireiro e o de tilápias.
Candidatura em 2026
Questionado sobre uma possível candidatura ao governo do Paraná, Moro disse que essa é uma possibilidade.
Não vou deixar o Estado na mão. É provável que eu me coloque para o Palácio Iguaçu, mas essa decisão será tomada no fim do ano ou no início do próximo.”
Processo eleitoral e transparência
Sobre as eleições de 2026, o senador evitou questionar a lisura do processo, mas defendeu o debate sobre mecanismos que aumentem a transparência e a confiança popular.
É legítimo discutir formas de dar mais credibilidade às eleições. Não pode ser um tabu”, disse.
Agenda no interior
A passagem por Palotina integra uma série de visitas a mais de 30 cidades. De acordo com Moro, a caravana é uma forma de manter contato direto com a população e prestar contas do mandato.
Uma das principais críticas aos senadores é que não circulam pelo Estado. Eu disse que faria diferente, e estou cumprindo”, afirmou.
Ele elogiou a cooperativa C.Vale, segunda maior do Brasil e sediada em Palotina, destacando o papel da entidade no desenvolvimento regional.
Redação Palotina 24 Horas .
Reprodução permitida com crédito e link para esta página.