“Dormir bem não é luxo, é necessidade”, diz psiquiatra ao explicar causas e tratamentos para a insônia
Em entrevista ao A Hora do Café, da Clube FM, Dr. Gustavo Ensina esclarece mitos, aponta riscos da automedicação e reforça a importância da qualidade do sono para a saúde física e mental.
ENTREVISTA – Na manhã desta segunda-feira (28), o médico Gustavo Ensina, pós-graduado em psiquiatria, destacou a importância do sono de qualidade para o bem-estar e alertou que a insônia, quando frequente, deve ser tratada como um problema de saúde que merece atenção.
A insônia começa quando a pessoa sente que não está descansando bem, mesmo dormindo as horas que teoricamente seriam suficientes”, afirmou o médico, em conversa com o radialista Robson Muniz, no A Hora do Café, da Clube FM.
O especialista explicou que cada indivíduo tem uma necessidade específica de sono.
Aquela história de que todos precisam dormir oito horas por noite é um mito. O mais importante não é o tempo, mas sim a qualidade do sono.”
Segundo ele, a insônia passa a ser considerada um transtorno quando começa a prejudicar o desempenho diário da pessoa, afetando humor, produtividade e a vida social.
O paciente relata irritabilidade, cansaço, indisposição e até perda de compromissos. Isso já é sinal de alerta”, completou.
O psiquiatra explica que a insônia pode ser primária — ligada a fatores genéticos ou neurológicos, mais raros — ou secundária, geralmente consequência de transtornos como ansiedade e depressão.
Foto: Maria Heloísa/Palotina 24 Horas
A grande maioria dos casos está associada à saúde mental. Ansiosos têm dificuldade para iniciar o sono; deprimidos, em geral, acordam no meio da madrugada e não conseguem voltar a dormir”, disse.
Além disso, dormir mal constantemente pode provocar ou agravar problemas emocionais.
É uma via de mão dupla. Quem dorme mal fica mais propenso a desenvolver quadros de ansiedade ou depressão.”
Quando procurar ajuda?
Dr. Gustavo orienta que o tratamento deve ser procurado quando a insônia começa a afetar a qualidade de vida. E nem sempre envolve medicação.
Terapia com psicólogo e mudanças nos hábitos de sono, chamadas de ‘higiene do sono’, podem funcionar tão bem quanto remédios. E remédio não é para dopar ninguém, é para melhorar a qualidade de vida.”
Ele reforça que automedicação, especialmente com fármacos como o Zolpidem, pode trazer riscos.
É comum a pessoa comprar o remédio que a vizinha toma, mas isso é perigoso. Esses medicamentos, se mal utilizados, podem causar dependência. E se o remédio estiver te sedando ou deixando mal no dia seguinte, está sendo mal prescrito.”
Impactos na saúde e dicas práticas
A longo prazo, a insônia pode causar ou agravar doenças como hipertensão, diabetes, obesidade e até quadros neurológicos.
O sono é o momento em que o corpo se recupera e a mente organiza memórias. Sem isso, tudo desanda”, destacou.
O médico ainda listou práticas simples que ajudam a melhorar o sono: evitar telas de celular e TV cerca de duas horas antes de dormir, criar um ambiente escuro e silencioso, evitar cafeína à noite e ter um ritual de relaxamento. Para trabalhadores noturnos, a dica é simular o ambiente noturno durante o dia e evitar luz solar ao sair do trabalho.
“Não é fraqueza pedir ajuda”
Na mensagem final, o especialista reforçou:
O sono rege o resto da nossa vida. Se você não está dormindo bem há algum tempo, procure ajuda. Isso não é sinal de fraqueza. Pelo contrário, é sinal de que você se respeita.”
Dr. Gustavo atende em Palotina na Psicoclínica, em frente ao Hospital Unimed, em Guaíra na Clínica Unique e também via telemedicina para todo o Brasil.
Para contatos e mais informações, acessar a página Dr. Gustavo Ensina no Instagram.
Redação Palotina 24 Horas
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