Regional – Uma manifestação de indígenas Avá-Guarani bloqueou a BR-272 entre Guaíra e Terra Roxa, desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira (12). Sete horas depois, após reunião com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a rodovia foi liberada.
Os indígenas, incluindo mulheres e crianças, reivindicavam mais agilidade na demarcação de terras pelo Incra. O órgão se comprometeu a iniciar a avaliação das terras a serem demarcadas no dia 23 de junho.
A PRF informou que durante as horas de bloqueio a pista ficou totalmente interditada, com fluxo sendo desviado por vias locais.
Izaías, liderança da aldeia Tekoha Arakoê, localizada em Terra Roxa, disse que o grupo queria mais agilidade nos processos e reforça que a manifestação foi pacífica.
“Guaíra e Terra Roxa é terra indígena […] A comunidade indígena está fazendo uma manifestação pacífica “, afirmou.
Uma reunião entre a comunidade indígena, a Comissão de Conflitos Fundiários do Tribunal de Justiça e a Superintendência do Incra no Paraná, realizada nesta quinta-feira (12), tratou sobre o cronograma de trabalhos do órgão na região e decidiu pelo fim do bloqueio da pista.
Segundo o Incra, a avaliação das áreas terá início no dia 23 de junho, com a constituição de equipes para avaliação, análise dominial e trabalhos cartográficos de todas as 22 áreas já identificadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai). O término dos trabalhos será 30 de agosto.
Histórico de conflitos
A região é alvo de conflito fundiário há anos. Em março, o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou um acordo histórico para a Itaipu comprar emergencialmente terras para os indígenas afetados pela construção da usina.
Os termos do acordo de conciliação autorizaram a compra de 3 mil hectares de terras, em caráter emergencial, que seriam destinados a comunidades indígenas Avá-Guarani da região oeste do Paraná. O valor fixado para o negócio é de até R$ 240 milhões, recursos que devem ser disponibilizados pela Binacional.
A Comissão de Conflitos Fundiários do Tribunal de Justiça, que atua na região, informou que a compra das terras dos indígenas ainda não aconteceu. Ontem, a equipe manteve contato com o grupo, que reclamava de um atraso do Incra em fazer as avaliações das áreas ofertadas.