A Hora do Café

Após dias de chuva, tempo seco com chegada do inverno aumenta risco de incêndios em Palotina

Corpo de Bombeiros alerta para focos de fogo nas áreas rurais com a combinação de colheita do milho, palhada seca, baixa umidade e queda nas temperaturas típicas da nova estação.

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Foto: Maria Heloísa/Palotina 24 Horas

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Entrevista – O Corpo de Bombeiros de Palotina está em alerta para o risco de incêndios ambientais, diante do avanço da colheita do milho e da previsão de retorno do clima seco na região. A orientação foi reforçada pelo 1º Tenente Eduardo Ortiz Novinski, comandante da corporação no município, durante entrevista ao A Hora do Café, na manhã desta terça-feira (1º), com o radialista Robson Muniz. Segundo o oficial, embora o número de ocorrências neste primeiro semestre esteja dentro da média, a mudança nas condições climáticas exige maior atenção da população.

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Número de atendimentos em 2024 e 2025

Em 2024, o quartel de Palotina atendeu cerca de 400 ocorrências de diferentes naturezas, incluindo acidentes de trânsito, incêndios em edificações e ambientais e outras. Deste total, 70 foram incêndios em áreas rurais ou vegetação.

Já em 2025, até o momento, o quartel de Palotina contabiliza cerca de 200 atendimentos, abrangendo diversas ocorrências, como acidentes, incêndios em edificações e outras situações. Esse número mais baixo em comparação com o ano anterior se deve, em grande parte, às condições mais úmidas registradas nos primeiros meses do ano. No entanto, com a retomada do sol, baixa umidade do ar, ocorrência de geadas e possível redução das chuvas, o cenário se torna mais propício a incêndios ambientais, exigindo atenção redobrada por parte da população e dos produtores rurais.

O risco é real. Quando o tempo volta a secar e há palhada no solo, como ocorre agora na colheita do milho, o perigo de incêndios se multiplica. É um momento crítico”, alertou o tenente.

Implementos agrícolas e cuidados durante a colheita

Novinski destacou que muitos incêndios começam nos próprios maquinários agrícolas, especialmente colheitadeiras e tratores. Ele orienta que os produtores façam a manutenção preventiva de acordo com as recomendações dos fabricantes, que normalmente indicam revisão a cada determinado número de horas de uso.

Também é importante que os produtores estejam preparados com extintores e outros equipamentos de apoio, como esterqueiras abastecidas, para agir rapidamente em caso de princípio de incêndio. Em situações emergenciais, a utilização de implementos como grade ou arado pode ajudar a conter o fogo antes que ele se espalhe.

Se o incêndio for combatido no início, as chances de sucesso são altas. Depois que ele toma grandes proporções, o controle se torna muito mais difícil”, reforçou o comandante.

Fogo como método de limpeza é crime

Ainda durante a entrevista, o tenente reforçou que é crime utilizar fogo para limpeza ou manejo de terrenos. Mesmo em pequenas propriedades, se o foco for identificado e houver indícios de autoria, o responsável poderá ser penalizado.

A legislação é clara: queimadas são proibidas. Mesmo que a intenção não seja causar um incêndio de grandes proporções, a responsabilidade é de quem inicia o fogo”, afirmou Novinski.

Mais de 200 vistorias realizadas em 2024

O comandante também destacou outras funções do Corpo de Bombeiros além do combate a incêndios. Entre elas, estão a análise de projetos de prevenção e a realização de vistorias técnicas em edificações.

Somente em 2024, foram analisados cerca de 100 projetos de prevenção contra incêndio e realizadas aproximadamente 200 vistorias em Palotina, número considerado expressivo frente à população do município.

Novinski esclareceu ainda a diferença entre vistoria e fiscalização:
– Vistorias são procedimentos solicitados pelo responsável legal do imóvel, geralmente para regularização ou renovação de alvarás;
– Já a fiscalização é uma ação de iniciativa do Corpo de Bombeiros, geralmente provocada por denúncias ou indícios de irregularidades.

Veja a entrevista completa: